Trigo tem produtividades desiguais e mercado travado

A colheita de trigo no Rio Grande do Sul entra na reta final nesta temporada, com apenas cerca de 1% das áreas ainda por colher, concentradas em regiões de maior altitude do Planalto e dos Campos de Cima da Serra, onde o ciclo da cultura foi mais longo. Levantamento da Emater, divulgado pela TF Agroeconômica, aponta diferenças expressivas de produtividade entre as regiões do estado, reflexo direto das condições climáticas e do nível de investimento tecnológico adotado pelos produtores.

As maiores produtividades, acima de 3.500 kg por hectare, foram registradas nas regiões administrativas de Caxias do Sul, Passo Fundo e Erechim, onde o manejo mais intensivo e as condições ambientais favoreceram a preservação do potencial produtivo. Na faixa intermediária, entre 2.700 e 3.300 kg por hectare, aparecem regiões como Frederico Westphalen, Ijuí, Lajeado, Pelotas, Santa Maria, Santa Rosa e Soledade, com rendimento considerado satisfatório, porém mais sujeito à variabilidade climática.
 
No mercado gaúcho, os preços do trigo para moagem variam entre R$ 1.100,00 e R$ 1.150,00 posto nos moinhos locais. No porto, o trigo para moagem é cotado a R$ 1.180,00 para dezembro e R$ 1.190,00 para janeiro. O trigo destinado à ração gira em torno de R$ 1.120,00 em dezembro e R$ 1.130,00 em janeiro, enquanto o preço da pedra ao produtor está em R$ 54,00 por saca em Panambi.

Em Santa Catarina, o mercado segue em ritmo lento, com moinhos se preparando para férias coletivas e operando basicamente com volumes já contratados. Os negócios são pontuais, com lotes pequenos entre R$ 1.100,00 e R$ 1.120,00 FOB, e indicações de compra entre R$ 1.130,00 e R$ 1.150,00 CIF, ainda sem maior apetite. Os preços ao produtor variam conforme a região, de R$ 60,00 a R$ 66,00 por saca. No Paraná, o mercado também encerra o ano em ritmo mais calmo, com indicações entre R$ 1.170,00 e R$ 1.180,00 CIF nos Campos Gerais e Curitiba, e até R$ 1.250,00 CIF no Norte do estado.